Por Ary Marcos
O sambista veste luto
quando um amigo vai,
atravessa a rua com passos em desalinho
e vai batucar diferente
no boteco em frente
bem perto dos olhos da gente.
Impossível ficar contente, há quem tente
mas só consigo ficar indiferente.
O sambista veste branco
quando vai ao gurufin
do amigo que se foi,
que atravessou, alinhadamente,
o espaço atemporal
indo continuar seu samba
num boteco celestial
em qualquer canto do céu,
bem longe dos olhos da gente.
Impossível ficar indiferente
há quem não sinta o ser ausente
mas só consigo ficar contente,
prá sempre.
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