Samba sem conservantes nem aditivos. Curtido em madeira nobre, temperado com o perfume sublime do couro. Ao sorvermos este Samba de gole em gole, incensamos nosso espírito que vagueia rumo à felicidade suprema. Bebam, e sejam eternos.



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Hoje é dia de Santo Aldir

Foto: Eduardo Goldenberg
Agnóstico, mesmo assim acredito que há seres humanos predestinados à santificação em vida.
O compositor Aldir Blanc é um deles.
Quando ele morrer não vai pro céu, “mas já não vivo no chão”, afirmou. E disse isso em forma de samba, que é a melhor maneira de se dizer as coisas.
Hoje festejando 64 anos, Aldir Blanc é homenageado com programação exclusiva na Radio Samba de Alambique.
A programação começou às 10h da manhã e vai até o último freguês.
Clique na radiola ao lado, e boa viagem.

Sirvo aqui, como petisco aos alambiqueiros de todos os quadrantes, uma das raras composições onde Aldir Blanc fez sozinho a letra e a melodia de um samba.

Mãos de Aventureiro

(Aldir Blanc)

Eu pensei que pudesse largar o batuque e a Brahma
Chegar cedo em casa, vestir o pijama
Ir cedo pra cama, pra quando acordar
Sorrindo fazer teu café, te levar de surpresa
Regar o jardim, voltar pra empresa
Pra teres um dia orgulho de mim

Ai, meu Deus...

Mas a tarde começa a cair e eu perco o sossego
Sentir bater no meu sangue de negro
O chamado do samba e do botequim

Quando volto finges dormir
E manténs no semblante completa inocência
Mas a minha vista - apesar de turvada -
vai além da aparência
Minhas mãos de rude aventureiro
Vão em busca do teu travesseiro
E a fronha molhada me diz que choraste outra ausência

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